segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Capítulo 1 – Primeiras elucidações


Bolhas, carambolas e apitos. Risos de humores fartos contagiam a praça verdejante. Águas cristalinas estão a centro com banquinhos de azul anil delineando os olhos daquele imenso parque. Figuras de várias caricaturas se exibem por lá. Crianças com balões, meninas de vestidinhos com laços floreando a paisagem, algodão doce, pipoca, pipas, cachorrinhos e cachorrões, pais, mães, babás...


Olha só aquela árvore. É um ipê. Ipês são lindos nessa época do ano. Tem amarelos, rosas... Mas esse é branco. Os brancos são lindos, mas com o fundo cinza daquelas rochas que sustentam o firmamento do parque fica mais belo ainda. Aquele deve ser o bem-te-vi. Eita passarinho danado sô! Canta que é uma beleza!


Aquela casa no alto da montanha pertenceu ao senhor Túlio de Souza Pereira Gomes de Sá. Dizem que ele que mandava nessas bandas. Ta vendo aquela caneleta ali? É lá que o povo dele pegava a água e levava para as caixas que ficavam em cima daquele pico. Dizem que era um povo sofrido, mas feliz. Bom, como eu iniciei essa prosa, vou continuar a falar do senhorzinho.


O patrão era bom demais. Tinha amor pelos empregados. Ele sempre dizia que sem eles, ele não seria nada. Sabe-se que ele viveu na época da escravidão. A maioria dos comerciantes e senhores de terra na época não gostavam muito dele, mas o respeitava pelo homem bom que era. Acontece que Senhorzinho Túlio era um homem que não acreditava na escravidão. Todos eram filhos de Deus sem distinção e raça. Mas os coronéis daquela época não aceitavam sua conduta porque volte e meia os famigerados de outras terras se rebelavam ou fugiam pedindo ajuda ao senhorzinho Túlio. Mas ele era um homem sensato. Respeitava os ideais da sociedade e infelizmente para não acontecer uma desgraça maior em suas bandas e a fim de proteger seus empregados e família, o recusava. Ele dizia que seria melhor salvar mil do que deixar a mercê de coronéis e mercenários que só queriam ganhar o seu. Ele fazia o que podia. Era um homem que conhecia seu limite e amava muito a família para coloca-los em risco. Mas em seu território ele que ditava e regia as regras.


Menina! Desce daí senão você vai caí (eheheh)! Essas crianças de hoje. Parece que não param um segundo.


Estava esquecendo. Creio eu que fui muito mal-educado e não dizer o nome desse lugar maravilhoso. O nome se deu aos primeiros portugueses que se instalaram nessa região. Quando o senhor José Gomes de Sá, avô do senhorzinho Túlio, chegou por essas bandas, dizem que ele teve uma visão. Parece que ficou fora de si por alguns minutos. Quando retornou a si ele gritava:


- Seara do Sol! Seara do Sol!


Bom! Assim nasceu o nome desse lindo parque verdejante. Mas não se preocupem, pois logo voltarei para contar sobre os primórdios desse lugar e o que aconteceu com o Vô Zé de Sá (chamado carinhosamente pelos familiares) no dia em que teve a visão.


Agora vou caminhar um pouco por aqueles lados. Recordações é que não faltam sobre essas terras...

Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssima estas palavras, certamente daqui virá muitas surpresas....esta "novela virtual" será sucesso total! E nós aqui estamos super ansiosos por mais um capítulo!

Michelle Pozitano
e amigos espirituais.


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