segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Felicidade se compra com cartão de crédito!!











Vejo uma multidão de pessoas passando por todos os lados. Brancas, negras, mulatas, ruivas. Tudo que uma sociedade miscigenada pode conter em qualquer lugar público. Perfumes de todos os tipos circundam o ambiente. Gente linda, bem vestida e com largos sorrisos na cara, exceto de alguns que ainda lutam para proteger seus cartões de crédito. Afinal vivemos numa sociedade consumista.


De um lado pessoas na expectativa de ver um bom filme (está passando o filme do Bezerra de Menezes no qual ainda irei assistir) do outro lado uma multidão em filas intermináveis loucas pra degustar um cardápio que nunca irão fazer igual em suas casas. Toneladas de Mc Donalds,


Habbibs, Salgadinho não sei de quem, comidas orientais, como se realmente nossos amiguinhos de lá comecem esse tipo de comida. Mas quem quer saber não é? O importante é estar lá pra saborear o exótico prato e sair com cara de satisfeito. Pessoas sentadas em banquinhos desconfortáveis, que se bobear, “desce a canela” na perna dela. Mas é shopping não? Ali é um lugar de felicidade. Tudo foi pensado na nossa felicidade.


Lojas lindas com variados tipos de tecidos, perfumes (no qual eu comprei um), sapatos, cafés, cervejarias, acessórios de todos os tipos. Nunca vi um lugar de tanta felicidade assim. É quase um orgasmo ver as pessoas fazendo compras. Desde pequenos já estão lá várias criancinhas com seus paizinhos. Pai eu quero isto! Pai eu quero aquilo! Quando não é o pai é a mãe que fica com dó e comprazem os desejos daqueles pequeninos aprendizes da felicidade.


Quanta harmonia num lugar só. Se existe o paraíso eu tenho certeza que deve ser um shopping bem grande com harpas em cada coqueiro para nos deleitarmos. É sério! Não há melhor lugar do mundo pra que uma família se reúna e façam algo junto. Lá é totalmente fora das estatísticas. Todo mundo diz que as famílias estão desestruturadas, que as crianças estão rebeldes e usando drogas, que as pessoas estão cada vez mais infelizes e estressadas. Mas lá não. Reparem bem. Lá as pessoas namoram, os pais carregam seus filhos, o esposo abraça a esposa, os filhos levam seus pais para passear e vice-versa. Só pode ser o paraíso.


Mas apesar de toda essa felicidade, eu não estava bem comigo mesmo. Algo estava faltando. Sentia o coração apertado, sozinho e sem rumo. Quando vi, dei conta que estava sozinho sentado numa mesa vendo uma faxineira limpar as sujeiras deixadas pelos seres felizes. Quando me vi no mar das multidões, sentia-me um ser a parte daquele local naquele momento. Olhei pra dentro de mim e questionei. Será que eu sou infeliz? Estava em volta de tudo que é mais almejado pela humanidade e ainda não estava feliz de estar ali. Quanta ilusão. Aí eu percebi que a felicidade aqui é um estado transitório. Só somos felizes se temos alguma coisa. Por que que em vez de sermos afetuosos precisamos comprar para alguém sorrir? Porque que precisamos beber para se reunir com amigos em vez de só darmos nossa atenção e sorrisos sinceros? Por que que para dar carinho precisamos presentear com objetos? Por que aceitamos as chantagens emocionais de filhos e esposos em troca de presentes, em vez de dar amor a eles? Quer dizer que transferimos nossa capacidade de demonstração de amor em objetos sem vida? Será que é tão ruim dar o próprio amor ao ente querido ou será que a humanidade dorme para os verdadeiros valores da vida?


Estamos longe de entender o sentido de felicidade. Nossos valores permanecem rastejantes pelos pântanos da vida sem que ao menos buscássemos os primeiros sinais de águas limpas. Compraz-nos viver na imundice das ilusões terrenas almejando o ter em vez de ser. Quantas máscaras! Quantos sorrisos de desespero! Enquanto não acordarmos para a verdadeira vida, presenteando nosso próximo com vários presentes da alma, continuará bebendo o suco amargo de nossa medíocre existência.


Realmente eu não poderia estar feliz. A única coisa que gostaria de sentir naquele momento é o sorriso, o abraço e o afeto de alguém que estou aprendendo a amar e que nada que estava ali poderia me fazer melhor, pois não seria real para os verdadeiros valores que homens devem se agarrar ,mas sim, os valores do coração e da dedicação ao próximo .

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Capítulo 1 – Primeiras elucidações


Bolhas, carambolas e apitos. Risos de humores fartos contagiam a praça verdejante. Águas cristalinas estão a centro com banquinhos de azul anil delineando os olhos daquele imenso parque. Figuras de várias caricaturas se exibem por lá. Crianças com balões, meninas de vestidinhos com laços floreando a paisagem, algodão doce, pipoca, pipas, cachorrinhos e cachorrões, pais, mães, babás...


Olha só aquela árvore. É um ipê. Ipês são lindos nessa época do ano. Tem amarelos, rosas... Mas esse é branco. Os brancos são lindos, mas com o fundo cinza daquelas rochas que sustentam o firmamento do parque fica mais belo ainda. Aquele deve ser o bem-te-vi. Eita passarinho danado sô! Canta que é uma beleza!


Aquela casa no alto da montanha pertenceu ao senhor Túlio de Souza Pereira Gomes de Sá. Dizem que ele que mandava nessas bandas. Ta vendo aquela caneleta ali? É lá que o povo dele pegava a água e levava para as caixas que ficavam em cima daquele pico. Dizem que era um povo sofrido, mas feliz. Bom, como eu iniciei essa prosa, vou continuar a falar do senhorzinho.


O patrão era bom demais. Tinha amor pelos empregados. Ele sempre dizia que sem eles, ele não seria nada. Sabe-se que ele viveu na época da escravidão. A maioria dos comerciantes e senhores de terra na época não gostavam muito dele, mas o respeitava pelo homem bom que era. Acontece que Senhorzinho Túlio era um homem que não acreditava na escravidão. Todos eram filhos de Deus sem distinção e raça. Mas os coronéis daquela época não aceitavam sua conduta porque volte e meia os famigerados de outras terras se rebelavam ou fugiam pedindo ajuda ao senhorzinho Túlio. Mas ele era um homem sensato. Respeitava os ideais da sociedade e infelizmente para não acontecer uma desgraça maior em suas bandas e a fim de proteger seus empregados e família, o recusava. Ele dizia que seria melhor salvar mil do que deixar a mercê de coronéis e mercenários que só queriam ganhar o seu. Ele fazia o que podia. Era um homem que conhecia seu limite e amava muito a família para coloca-los em risco. Mas em seu território ele que ditava e regia as regras.


Menina! Desce daí senão você vai caí (eheheh)! Essas crianças de hoje. Parece que não param um segundo.


Estava esquecendo. Creio eu que fui muito mal-educado e não dizer o nome desse lugar maravilhoso. O nome se deu aos primeiros portugueses que se instalaram nessa região. Quando o senhor José Gomes de Sá, avô do senhorzinho Túlio, chegou por essas bandas, dizem que ele teve uma visão. Parece que ficou fora de si por alguns minutos. Quando retornou a si ele gritava:


- Seara do Sol! Seara do Sol!


Bom! Assim nasceu o nome desse lindo parque verdejante. Mas não se preocupem, pois logo voltarei para contar sobre os primórdios desse lugar e o que aconteceu com o Vô Zé de Sá (chamado carinhosamente pelos familiares) no dia em que teve a visão.


Agora vou caminhar um pouco por aqueles lados. Recordações é que não faltam sobre essas terras...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Mulher da Babilônia











Estrela das mil e uma noites

Glorifica o deserto de minha alma

Regozija-me sua plenitude de amor

Estendendo-me o véu do seu coração


Deusa de paraíso babilônico

Deixe exalar sândalos de seu olhar

Penetrando em meu espírito aberto

Os mais sublimes júbilos e cânticos de louvor


Mulher de olhos amendoados

Dulcifica o âmago do meu ser

Traz a força das águas do Nilo

A abundância em meu espírito


Menina de Allah que tanto mimo

Perfuma-me de almíscares e jasmins

Seja como a Flor de Lótus no deserto

Que sobrevivem as tempestades sílicas da vida


Faça de sua vida uma eterna melodia de amor

Que a trilha sonora de uma noite

Percorra os caminhos áridos da vida

Apagando os rastros maledicentes do passado


Lágrimas sinceras de dor

Que despencam Muluya abaixo

Sublimam com meu beijo de amor

Na esperança de uma nova era


Estrela das mil e uma noites...


André L. Salgado

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