terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Educação se dá em casa!















Quem nunca levou umas palmadas na sala de aula levanta a mãooooo!

Quando eu freqüentava o primário, os coleguinhas e eu tínhamos que fazer fila pra entrar na sala de aula. Brincávamos de bolinha de gude, pular gravetos e sem falar do impagável “jogo de bafo”. Esse último por sinal eu era fui péssimo (risos).

Molecagem tem em qualquer lugar do mundo. Meninos que zoam e que são zoados, populares e tímidos (me incluo nesse), coladores e melindrosos. Essas personalidades escolares nunca irão mudar através dos anos. Tudo isso é parte integrante das dicotomias do mundo estudantil e se faz necessário para adaptação ao meio social, vivenciando a descoberta dos limites que cada indivíduo pode ter na sociedade de maneira geral.

Retomando os pensamentos dessa época, posso afirmar categoricamente que foram bons tempos. Tínhamos na escola realmente uma extensão de nossa casa e víamos nossos professores como verdadeiros pais do conhecimento. Lembro-me muito bem. Não era só ciência, matemática e português, mas regras de conduta. Quantos de nós não chegávamos em casa, depois de ter ido pra diretoria e ainda éramos advertidos pelos pais por má conduta na escola? O engraçado é que por mais indisciplinado que o aluno era, ele respeitava as atitudes limitadoras de seus professores. Salvo lógico algumas humilhações desnecessárias que havia nesses tempos. Mas regras como a hierarquia, por exemplo, eram cumpridas.

O trabalho conjunto entre escola e família tornava-se as bases educacionais da sociedade até o início dos anos 90. De um modo geral, tínhamos o apoio dos pais (educação moral e limitante) e do outro a garantia do aprendizado (educação científica e cívica), que por meio dos valores familiares, sabíamos reconhecer os limites de nossas ações e ponderá-las perante a sociedade.

Transportando essa idéia para o nosso tempo, notamos que esse sincronismo social perdeu a simetria de lá para cá. Com o advento da informação rápida por meio da mídia e internet, tanto quanto a velocidade e agitação do mundo contemporâneo, a família deixou de ser a célula principal deste contexto social. Os filtros educacionais perderam espaço dentro do lar. A educação foi transferida para terceiros. Os pais não conversam com seus filhos, as novelas da noite substituem a interação familiar. Os games virtuais substituíram os famosos jogos lúdicos que integravam toda a família em torno de uma brincadeira saudável. Sem falar do consumismo exacerbado no qual o “ter” é mais valoroso que o “ser”.

A cegueira do mundo moderno aliena a cada dia a visão sobre o significado e a essência da palavra educação. Não há limites, não há diálogos, não há tempo e tão pouco uma instrução oportuna da realidade da vida. Os valores morais e limitadores são de responsabilidades dos pais. Se alguém acredita em Deus sabe muito bem que não foi à toa que os pais vieram antes de seus filhos. A escola não é um educandário da vida moral, mas do conhecimento. A educação moral é atributo do lar, no qual os pais têm a obrigação de zelar pelos futuros adultos que irão gerir a nossa sociedade vindoura.

Por isso, educação se dá em casa. Sem esse apoio fundamental, não há como ensinar e solicitar que uma criança compreenda os valores dignos e limitadores da sociedade, se dentro de casa não existe tal ensinamento. Por isso, ponho à reflexão todas as famílias, para que analisem que tipos de adultos querem para o nosso futuro.


André Luís Salgado

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