
Em tempos de calamitosa ignorância
Ocasionados pela minha invigilância
Contraía débitos impiedosos
Expurgando minha caminhada a mundos ditosos
Quantas eternidades perdidas!
Deixei passar as oportunidades das vidas!
Corpos ingênuos eram arrastados
Proporcionando prazeres inveterados
A multidão que se comprazia
Encolerizava meu coração de falsa alegria
Minha cegueira, minha decadência!
Falta de amor e muita maledicência!
Provações insuportáveis eu passei
Um grande buraco úmido e podre me deparei
Séculos se passaram na dimensão corporal
Mas a pressão da Terra ainda dilacerava minha moral
Na morbidez cadavérica me deparo
Em um choro profundo anuncia o reparo
Idéias renovadoras tomam meu ser
Lembranças de carinho materno voltam a resplandecer
Uma saudade imensa toma meus pensamentos
Dissipando milênios de puros sofrimentos
Sinto-me pela primeira vez o meu coração
Batimentos acelerados de profunda emoção
Mensageiros de Cristo clareiam a escuridão
Energias benéficas sugestionam o autoperdão
Sentimentos de amor e nobreza
Alimentam o espírito de virtudes e riqueza
Não há mais escuridão
Uma das almas iluminadas aproxima-se com devoção
Sentimentos de compaixão e carinho
Paira sobre minha cabeça direcionando o caminho
Mamãe! O tanto que me fez falta!
Nunca houve tanto amor
Hoje eu compreendo o sentido de minha dor
E com o mesmo sentimento de resignação
Cuidarei dos aflitos de amor dando-lhes a consolação
Aprendi o significado de amar
Nunca mais descansarei enquanto não amenizar
Os débitos que contraí com a humanidade
Sem nunca perder a humildade
Com minha mãe pude ver a caridade
Pescando almas aflitas de irmandade
Venho com exemplo de minha perdição
Exemplificar o amor e o perdão
Ave irmãos de jornada!
Ave Cristo!
autor: André L. Salgado